Editoriais • 07.08.2021
Fatores que interferem na escolha da espécie forrageira na formação de pastagem.

A grande diversidade de espécies e cultivares pode gerar duvidas na hora de escolher a que mais se adapta a sua necessidade. As forrageiras são divididas em grupos com base nas suas exigências nutricionais. O grupo I composto pelas espécies exigentes em fertilidade de solo, como as cultivares de Panicum maximum, Massai, BRS Tamani, BRS Quênia, BRS Zuri, entre outras. O grupo II engloba as espécies moderadamente exigentes em fertilidade, a exemplo de alguns Panicum maximum, como a cultivar Mombaça e algumas espécies de Brachiaria brizantha, como a Marandu, Xaraés, BRS Piatã, Paiaguás, Ipyporã e outras. No grupo III as espécies pouco exigentes em fertilidade, as Brachiaria decumbens e Brachiaria humidicula.

Algumas características são essenciais na escolha da espécie forrageira indicada para sua área. Deve-se levar em consideração as condições ambientais, climáticas, textura de solo, a topografia da área é muito importante pois vai determinar a mecanização permitida no manejo, se o terreno for plano as gramíneas se desenvolvem bem, em terrenos com grande declividade dificulta a mecanização e escolha da gramínea pode dificultar ou facilitar a origem de erosão pelas enxurradas, a drenagem do solo é outro ponto importante, pois dependendo da cultivar, não tolera encharcamento.

Fazer uma análise de solo antes da determinação da gramínea é de total importância, coletar amostras a uma profundidade de 20 cm, recomenda-se em média de 20 amostras na área a ser instalada a cultura, levar até um laboratório de análise e apresentar o resultado a um engenheiro agrônomo que poderá fazer as recomendações de adubação e correção, além de ajudar na decisão da espécie que irá se adaptar às condições específicas da área. A primeira etapa é corrigir as deficiências do solo, a calagem corrige e fornece Cálcio e Magnésio, a gessagem neutraliza o alumínio toxico e fornece Cálcio e Enxofre, a fosfatagem irá corrigir a deficiência de fosforo e a potassagem fornece a demanda Potássio, importante para que a cultura apresente seu rendimento máximo. Também se pratica a adubação de manutenção da planta e solo, além da adubação de reposição dos nutrientes extraídos pela cultura. A calagem age na manutenção do pH, em solos ácidos alguns nutrientes ficam indisponível para a planta, o Cálcio e o Magnésio reduzem os níveis acidez e eleva a saturação por base, aumentando a disponibilidade de fosforo, auxiliam no processo de mineralização da matéria orgânica, promove a melhora da fixação biológica do nitrogênio, atua na descompactação do solo e diminui a disponibilidade de alumínio, beneficiando a absorção de nutrientes pelas plantas, deve ser realizada com no mínimo 3 meses de antecedência. O fosforo na presença de Ferro e Alumínio formam compostos insolúveis tornando-o indisponível para as plantas, ele tem importante função no desenvolvimento do sistema radicular e auxilia no perfilhamento das gramíneas, estima-se que da quantidade de fosforo aplicado no solo, a planta aproveita de 15 a 25% apenas, daí a necessidade de calagem prévia para corrigir a acidez do solo.

O pasto tem destinação certa, cada animal possui um hábito de pastejo, e possuem preferencias quanto a palatabilidade, deve-se levar em consideração o nível tecnológico na exploração da pastagem, podendo ser para produção de silagem e feno, pastejo ou também para cobertura de solo na agricultura. A diversificação das pastagens é fundamental para evitar problemas de pragas e doenças, e também para a rotação de categorias de animais que necessitam de gramíneas com potencial diferentes de produção. De acordo com pesquisa realizada pela Scot Consultoria, em 2019, o principal fator na escolha da cultivar a ser utilizada é o preço da semente. O que representa uma amplitude quando constatamos o baixo custo da aquisição das sementes em relação ao custo de formação ou reforma dos pastos. De acordo com o Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (IFAG) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás), o custo das sementes representa entre 2 a 4% do custo total de implantação de 1 hectare de pastagem.

No momento da compra deve-se escolher sementes certificadas, que garantem a qualidade e segurança para o produtor, levar em conta o atributo de semente geneticamente pura, o teste de vigor e germinação apresenta os atributos fisiológicos da semente, a certificação garante a procedência e evita danos econômicos futuros, deve-se respeitar a taxa de semeadura, pois o excesso de plantas pode levar a um mal desenvolvimento da pastagem por competição entre elas, o preparo de solo, regulagem da plantadeira, espaçamento adequado e profundidade do plantio, condições climáticas, equipamentos a serem utilizados, histórico de plantas invasoras na área, um manejo adequado da pastagem assegura ao produtor retorno econômico e longevidade do pasto.

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